Origem: Oscar Sarquis. Arquitetura
Empresarial e Ecossistemas de Negócio Baseados em Plataformas Digitais (3).
Resenha Startup 2017.
Após discutirmos sobre os principais elementos
constituintes dos Ecossistemas de Negócios Digitais, apresentaremos agora os
mecanismos chaves de inserção das empresas nesse tipo de organização econômica.
Há quatro movimentos que direcionam a participação das empresas nos EN:
conectividade crescente, iniciativas provenientes de big data e analytics, a
necessidade de colaboração e open
innovation, novas formas de trocas de valor, e a multiplicação de
alternativas de modelos de negócio baseados em plataformas.
Em relação à conectividade crescente, observamos que o número
de conexões entre pessoas, organizações e coisas está crescendo quase
exponencialmente. Todas as organizações têm possibilidades quase ilimitadas de
integração com redes de consumidores, parceiros e coisas. Há limites
importantes no que diz respeito à largura de banda e infraestrutura de armazenamento.
Sobre os potenciais ganhos em relação ao uso intensivo e
qualificado de informação via big data e analytics, salientamos que as
organizações dispõem de formas alternativas de acessar, processar e atualizar
grande quantidade de informação. Analytics
trouxe-nos novos insights dentro da complexidade dos padrões atuais, revelando
novos padrões, tornando possível a criação e manutenção de ecossistemas
complexos de negócios, qualificando as múltiplas interações que se fazem
necessárias nesse tipo de abordagem. Vale salientar que essa capacidade transformou
as informações organizacionais no seu mais importante ativo.
Outro direcionador importante diz respeito às questões
relativas ao padrão de inovação aberta (open
innovation). Problemas complexos demandam respostas colaborativas, seja
pela criação de novos serviços, seja pela resolução de problemas emergentes, a
exemplo da logística de transporte das grandes metrópoles, ou a inclusão social
digital. A resolução desses grandes desafios não pode ser realizada a partir da
atuação estanque de empresas, seja pela limitação de recursos, seja pelo
alcance de tais problemas e serviços. O que nos é requerido é a colaboração
entre atores com capacidades complementares que quando combinadas criam novas
soluções inovativas.
Crescentemente, moeda tornou-se somente uma forma de muitas
possíveis para a troca de valor. Hoje, reputação, informação, serviços,
processos e trocas não monetárias são partes valiosas da economia dos ecossistemas
digitais. Por exemplo, plataformas multifacetadas necessitam dessa diversidade
de tipos de troca de valor. Para modelos de negócio baseados nesse tipo de
estrutura, o gratuito não é algo promocional e temporário.
Esses são os direcionadores da participação das empresas em
ecossistemas de negócios digitais. Mas como se correlacionam com os componentes
tecnológicos discutidos anteriormente? Esse
será o assunto do próximo artigo da série.
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