Conteúdos Associados (Direct)

domingo, 23 de maio de 2021

Insurtechs no Brasil

O surgimento de oportunidades de empreender como fintech na última década aponta para três questões fundamentais que podem ser tomadas como verdade também para o setor de seguros: os novos produtos e serviços atuam em áreas em que os operadores tradicionais não estão servindo bem ao cliente final; áreas em que a tecnologia possibilitou novos recursos para os consumidores; uma erosão da confiança em grandes instituições financeiras em favor de agentes não tradicionais

 

Embora o setor de seguros seja uma indústria única dominada por grandes atores tradicionais protegidos por um ambiente jurídico e regulatório grande e complexo, não se deve considerar que o setor está isolado das forças fundamentais da tecnologia e da sociedade que estão causando interrupções em muitos outras partes de nossas vidas, e o mercado é grande demais para não ser percebido. O setor de seguros no Brasil é responsável por 6,5% do PIB nacional, e opera ativos que compõem 25% da dívida pública brasileira.

 

Mas para entrar no mercado, qual a minha abordagem?

 

Você precisa decidir sobre competir ou cooperar com agentes tradicionais. Posso cooperar aprimorando as ofertas atuais, alavancando a tecnologia para fornecer eficiência de processo, levando a reduções de despesas para a empresa, ampliando suas capacidades, habilitando novos produtos e serviços, possivelmente por meio de oferta de APIs customizadas.

 

Ou posso competir por identificar uma necessidade de mercado não atendida, que os players tradicionais hoje não podem resolver por várias razões. Em relação a essa abordagem, o conhecimento do mercado e uma base de dados relevante são necessários. O processo de aquisição de startups com ofertas estabelecidas no mercado tem-se acelerado no Brasil. Só no primeiro quadrimestre desse ano cresceu 120% em relação ao mesmo período no ano passado.

 

E o que eu posso oferecer ao mercado? Para entrar no mercado, tenho que resolver 3 barreiras com as tecnologias disponíveis:

 

Necessidade de confiança no ecossistema de transferência de risco (seguro): ​blockchain e tecnologia P2P, incluindo as mídias sociais;

 

Confiança em dados históricos e análise retrospectiva para definir prêmios, manter reservas para perdas e definir limites de capital: telemática; internet das coisas (IoT) incluindo tecnologias de casas inteligentes; processamento de linguagem natual (NLP); inteligência artificial, incluindo machine learning (ML), processamento de imagens aéreas armazenamento em nuvem;​

 

Falta de envolvimento do consumidor: marketing digital​, chatbots; robotic process automation (RPA), experiência de usuário (UX) e interface de usuário (UI).

 

Mãos à obra!

domingo, 16 de maio de 2021

 


Fadiga de Zoom

Muito tem-se falado sobre a exposição excessiva das pessoas aos eventos on-line, denominado de “Fadiga de Zoom” ou no linguajar do Google “Meeting Fadigue”. Em geral, seja pela necessidade do trabalho ou pelas aulas intermináveis às quais os estudantes têm sido submetidos, esse fenômeno criou mais uma fonte de estresse nesses tempos de pandemia. O certo é que há estudos importantes relacionados ao assunto, como o que foi empreendido pela universidade de Stanford nos Estados Unidos e publicado no final de março de 2021.

Há conclusões interessantes desse estudo. A auto exposição à própria imagem parece incomodar bastante. De forma geral, todas as ferramentas expõem a nossa imagem no mesmo nível que os demais participantes do encontro virtual. Como os demais estão me percebendo tão de perto? Há até aqueles sinais de expressão que podem ser analisados e que expõem a nossa natureza, as vezes diferente do que gostaríamos de expor. Com o dia a dia a gente fica mais desleixado, no fim das contas nem mais o cabelo penteamos. Isso incomoda muito segundo o estudo.

Outra questão tratada pelo estudo de Stanford diz respeito à monotonia da interface, sempre a mesma, as vezes com os mesmos personagens, todos os dias. É como se diariamente estivéssemos confinados em uma sala, a mesma sala todos os dias, com os mesmos personagens, e durante quase toda a jornada de trabalho. Cansa só de pensar, não é?

Você acha que esse assunto somente diz respeito aos nossos pares dos países considerados desenvolvidos? Um novo estudo, liderado pela pesquisadora brasileira Anna Carolina Queiroz, dessa vez voltado para o Brasil, submeteu um questionário a 633 brasileiros de uma universidade paulista e funcionários de uma empresa da área financeira. No final constatou-se que 18,32% dos participantes atingiram o nível máximo de fadiga. O estudo mostrou que o fenômeno atinge as mulheres de forma massiva.

Nos Estados Unidos, algumas empresas, como a Microsoft, Google e Zoom já empreenderam modificações em suas ferramentas para tentar diminuir o problema. O Google Meet, por exemplo, reduziu o tamanho visível da autoimagem. Tornou dinâmico também o ambiente virtual do encontro, seja alterando o layout da interface ou criando temas visuais mais adequados para cada tipo de reunião.

Eis aqui uma boa oportunidade para as startups.