Insurtechs no Brasil
O surgimento de oportunidades de empreender como fintech
na última década aponta para três questões fundamentais que podem ser tomadas
como verdade também para o setor de seguros: os novos produtos e serviços atuam
em áreas em que os operadores tradicionais não estão servindo bem ao cliente
final; áreas em que a tecnologia possibilitou novos recursos para os
consumidores; uma erosão da confiança em grandes instituições financeiras em
favor de agentes não tradicionais
Embora o setor de seguros seja uma indústria única
dominada por grandes atores tradicionais protegidos por um ambiente jurídico e
regulatório grande e complexo, não se deve considerar que o setor está isolado
das forças fundamentais da tecnologia e da sociedade que estão causando
interrupções em muitos outras partes de nossas vidas, e o mercado é grande
demais para não ser percebido. O setor de seguros no Brasil é responsável por 6,5%
do PIB nacional, e opera ativos que compõem 25% da dívida pública brasileira.
Mas para entrar no mercado, qual a minha abordagem?
Você precisa decidir sobre competir ou cooperar com
agentes tradicionais. Posso cooperar aprimorando
as ofertas atuais, alavancando a tecnologia para fornecer eficiência de
processo, levando a reduções de despesas para a empresa, ampliando suas
capacidades, habilitando novos produtos e serviços, possivelmente por meio de oferta
de APIs customizadas.
Ou posso competir por identificar uma necessidade
de mercado não atendida, que os players tradicionais hoje não podem resolver
por várias razões. Em relação a essa abordagem, o conhecimento do mercado e uma
base de dados relevante são necessários. O processo de aquisição de startups
com ofertas estabelecidas no mercado tem-se acelerado no Brasil. Só no primeiro
quadrimestre desse ano cresceu 120% em relação ao mesmo período no ano passado.
E o que eu posso oferecer ao mercado? Para entrar no mercado, tenho que resolver 3 barreiras com as tecnologias disponíveis:
Necessidade de confiança no ecossistema de
transferência de risco (seguro): blockchain e tecnologia P2P, incluindo as
mídias sociais;
Confiança em dados históricos e análise
retrospectiva
para definir prêmios, manter reservas para perdas e definir limites de capital:
telemática; internet das coisas (IoT) incluindo tecnologias de casas inteligentes;
processamento de linguagem natual (NLP); inteligência artificial, incluindo machine
learning (ML), processamento de imagens aéreas armazenamento em nuvem;
Falta de envolvimento do consumidor: marketing digital,
chatbots; robotic process automation (RPA), experiência de usuário (UX) e
interface de usuário (UI).
Mãos à obra!