Conteúdos Associados (Direct)

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Iniciativas Empresariais de ESG na Educação – Google for Education

Ensinar+ (Escola Credenciada Google)

Exemplos de iniciativas educacionais promovidas pela sociedade civil no mundo todo não faltam. E no âmbito das práticas ESG, de sustentabilidade econômica, social e ambiental fazem mais sentido ainda. Já falei aqui noutra ocasião das parcerias público-privadas para a qualificação, criação de empregos e orientação da mão-de-obra disponível para o mercado de tecnologia.

Vou citar um exemplo mais específico agora, de como empresas com atuação mundial podem articular essas iniciativas com oportunidades de negócio. Trata-se do Google Workspace for Education, uma plataforma com vários recursos educacionais integrados que visam à colaboração, criatividade e engajamento de estudantes e professores.

Há vários níveis de recursos fornecidos pela plataforma a partir de uma versão gratuita para qualquer escola de educação formal. Espaço de armazenamento e colaboração, salas de aula virtuais, serviços de e-mail e agenda escolar. Claro que esses recursos precisam estar articulados entre si para que possam produzir os resultados esperados. É necessário um projeto educacional para a escola, considerando suas características específicas. A Google qualifica e certifica empresas e profissionais para ajudarem nessa tarefa árdua.

Há inúmeros casos em todas as regiões do país, e quase todos eles por iniciativa dos próprios professores. A organização do material e sua disponibilização é sempre um desafio, mas gosto muito de contar sobre um cenário muito comum e que pode se adaptar ao seu caso.

Inicialmente, a qualificação técnica dos professores é essencial para que se sintam confortáveis com o uso das ferramentas educacionais Google. Depois, inicia-se o processo de compartilhamento de documentos na área comum da escola. Esse processo é descentralizado, pois depende da iniciativa conjunta da direção da escola, dando as orientações sobre os padrões a serem utilizados, e dos professores e alunos engajados nesse projeto que o operacionalizam. A receptividade é ótima.

Como consequência, a escola é capaz de envolver seus alunos no uso constante da plataforma na nuvem, trazendo ganhos na interação entre colegas e professores e na organização e colaboração dos conteúdos aprendidos. Isso também promove uma melhora dos resultados escolares. Essa transformação digital vivida pela escola resulta em sua certificação como Escola de Referência Google for Education, e isso pode ser divulgado sem problemas, desde que siga um padrão pré-estabelecido.


                                   Salas de Inovação Google nas Escolas

terça-feira, 24 de maio de 2022

 

Don’t Bother Me, Mom – I’m Learning.

Criador do termo "Nativos Digitais", Marc Prensky é um visionário que coloca suas ideias na prática, transformando a área da educação e impactando a realidade. O título desse artigo referencia uma importante obra do autor e que colocou em perspectiva a tecnologia na educação, mais especificamente, o mundo dos games.

Um estudo feito pela Universidade de Harvard questionou mais de 20 mil entrevistados sobre o que os motiva e chegou à conclusão de que temos quatro grandes pilares, que chamaram de os 4P’s da motivação: pessoa, propósito, PLAY e potencial, em torno dos quais as estratégias motivacionais e de engajamento empresarial devem ser construídas.

Vamos nos concentrar no PLAY. Aprendemos desde pequenos que o trabalho não precisa ser prazeroso, e sim trazer sucesso, mesmo que chato ou exaustivo. Ser muito bom em algo pode garantir dinheiro, mas sem o amor pelo que se faz, também é garantida a frustração. Mas quando combinamos saber e gostar no trabalho, algo incrível acontece: alcançamos sucesso porque gostamos tanto do que fazemos, que fazemos cada vez melhor. É a combinação de realização e felicidade. E isso vale também para aprendizagem e desenvolvimento pessoal.

Segundo Karl Kapp, Gamificação é a utilização de mecânica, estética e pensamento baseados em games para engajar pessoas, motivar a ação, promover a aprendizagem e resolver problemas.

A palavra mecânica pode produzir a sensação de que pontos, níveis, fases, distintivos e placares são importantes para transformar um treinamento cansativo em uma atividade atraente. O pensamento consiste em elaborar sobre um problema ou atividade do dia a dia e convertê-la em uma atividade que contenha os elementos do jogo (competição, cooperação, exploração, premiação, storytelling). Sobre a estética, precisa ser elaborada sobre o dia a dia do aprendiz numa perspectiva de realidade aumentada.

Esse elemento tecnológico, motivacional e estético é importantíssimo para a elaboração de conteúdos inclusivos, motivadores e alinhados à estratégia corporativa. Ao final e ao cabo, os conteúdos de treinamento corporativos necessitam estar muito próximos à realidade empresarial, refletindo os problemas e metas corporativas. A metáfora dos jogos facilita a reprodução dessa realidade fantástica.

Um exemplo pode ser elucidador. A implantação de projetos corporativos ágeis pode ser potencializado quando se estabelece metas de desempenho educacionais, associadas a gadges (distintivos), selos de qualificação, etapas de jogos que necessitam de certificação. Por fim, tudo tem que ser divulgado, com ranqueamento e premiação. Quando for procurar a plataforma de educação corporativa, verifique em que nível esses recursos podem estar disponíveis, e de que forma estão alinhados à estratégia empresarial.


domingo, 22 de maio de 2022

Educação e Tecnologia – O que a Starlink tem a ver com isso?

O empresário sul-africano Elon Musk esteve no Brasil para tratar com o governo federal de questões ligadas à ampliação do serviço de internet por satélite e sua correspondente utilização em educação básica na região amazônica. Foi anunciada então uma parceria com a Starlink, empresa vinculada à SpaceX, que oferece o serviço de internet banda larga via satélite. Em comunicado no Twitter, Elon Musk afirmou que a infraestrutura de satélites a ser instalada será utilizada para oferecer internet a 19 mil escolas em áreas rurais amazônicas.

Como sabemos, a exemplo do que acontece no Brasil inteiro, há deficiências quase intransponíveis na infraestrutura de internet da área rural do país. Na Amazônia, esse fator é mais grave ainda em função da dispersão populacional em um território muito grande, de acesso basicamente fluvial. O governo brasileiro, por meio do programa Norte Conectado, tem realizado iniciativas de melhoria dessa infraestrutura com a implantação de fibra óptica subfluvial, no bojo das contrapartidas do leilão 5G realizado no Brasil. Mas esse processo é demorado.

Do ponto de vista tecnológico a Starlink traz melhorias importantes: fornece internet por meio de uma miríade de pequenos satélites de baixa órbita, que circulam ao redor da terra a uma distância de 550km, em contraposição à tecnologia usual de satélites em órbitas estacionárias a 35 mil km. O resultado disso é a possibilidade de oferecer internet banda larga a 100Mbps, ou seja, 10 vezes mais que o modelo tradicional. Essa diferença é muito relevante quando se considera o tráfego de conteúdo de streams de vídeo e a interatividade dos jogos on-line. Em uma palavra, com essa iniciativa criam-se condições para utilização da tecnologia das plataformas educacionais a distância, e isso é muito importante, senão vejamos.

Para entender o que acontece na Amazônia consideremos os dados do Censo da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e dados populacionais do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Os números mostram que 72,6% dos jovens entre 15 e 17 anos que vivem na região estão matriculados no Ensino Médio. Essa estatística recebe o nome de “taxa de escolarização bruta”. Embora alta, ela é inferior para a Amazônia em comparação ao restante do país, onde 82,3% dos jovens cursam essa etapa de ensino. Além disso, existe um descolamento entre a idade dos alunos e a etapa de ensino cursada. No caso do Ensino Médio, espera-se que eles tenham entre 15 e 17 anos. Na Amazônia Legal, 31,2% dos estudantes matriculados no Ensino Médio têm idade acima da esperada para o ano em que estão matriculados. Esta taxa é de 28,1% no resto do país. Por fim, a evasão escolar durante o Ensino Médio na região é também superior à média nacional: 10,1% contra 9,2%. 

Uma possível explicação para a evasão alta é a dificuldade de acesso aos estabelecimentos de ensino. Pouco mais de 23% da população da Amazônia vive na zona rural, mas somente 13,5% das vagas do Ensino Médio encontram-se nessas regiões. As plataformas educacionais de ensino a distância podem cumprir um papel crucial, seja pelo acesso generalizado à educação (capilaridade), seja pela qualificação dos conteúdos educacionais necessários à criação de oportunidades e formação da cidadania.

Do ponto de vista do investimento necessário para a criação da infraestrutura de internet, estima-se um valor em torno de R$ 100 milhões. Mas quanto custa à sociedade a baixa escolaridade de nossa população? Estabelece-se aqui o imperativo educacional para o desenvolvimento do Brasil.


domingo, 8 de maio de 2022

Aprendizagem Corporativa no Mundo Pós-digital/Figital

Vou iniciar com uma ideia comum em nossos dias: a de que o mundo submetido à Covid 19 nos remodelou enquanto indivíduos e sociedade. As reflexões sobre esse tema rebatem em muitos aspectos, e hoje quero me deter sobre um deles, particularmente importante para a sociedade e as empresas de forma geral: qualificação de mão de obra e desemprego. 

Um relatório recente divulgado pelo Great Place To Work mostrou que 59,5% das empresas no Brasil pretendem aumentar o número de colaboradores, enquanto 68,3% delas sentem muitas dificuldades de encontrar profissionais qualificados no mercado de trabalho. O problema está na discrepância entre as habilidades e competências que as empresas precisam e o que encontram nos talentos disponíveis. 

Como se trata de um problema estrutural pós-recessão dos anos 2020-2021, interessa aos setores público e privado. Enquanto há políticas governamentais específicas que norteiam a reinserção da população economicamente ativa no mercado formal de trabalho, há iniciativas igualmente importantes entabuladas pela iniciativa privada. E creio, o trabalho conjunto da sociedade, numa base tecnológica, pode resolver o problema em médio prazo. 

Cito aqui a iniciativa do Governo do Estado do Ceará, apoiada pelo Iracema Digital, o hub do ecossistema de TICS no Ceará, chamado C-Jovem. Por essa via deverão ser formados 100 mil estudantes em tecnologia da informação e comunicação nos próximos 5 anos.
Ressalto também o Embarque Digital, programa da Prefeitura da Cidade do Recife, em parceria com o Porto Digital, que objetiva formar competências na área de tecnologia da informação e melhorar a empregabilidade de jovens, impactando diretamente a economia local. Nesse primeiro momento serão treinados 350 estudantes egressos da rede pública e que conseguiram uma graduação superior em tecnologia. Logo após a qualificação serão orientados para o mercado. 

Vale observar que esses programas possuem um viés de treinamento para um grande contingente de pessoas. Há a necessidade de que sejam realizados a partir do uso maciço de tecnologia educacional. 

O uso de abordagem híbrida, com aprendizagem potencializada por plataformas de educação a distância, mais metodologias pedagógicas orientadas à colaboração deve compor um papel chave para o sucesso dessas iniciativas. 

Em seguida abordaremos melhor esses aspectos.

domingo, 23 de maio de 2021

Insurtechs no Brasil

O surgimento de oportunidades de empreender como fintech na última década aponta para três questões fundamentais que podem ser tomadas como verdade também para o setor de seguros: os novos produtos e serviços atuam em áreas em que os operadores tradicionais não estão servindo bem ao cliente final; áreas em que a tecnologia possibilitou novos recursos para os consumidores; uma erosão da confiança em grandes instituições financeiras em favor de agentes não tradicionais

 

Embora o setor de seguros seja uma indústria única dominada por grandes atores tradicionais protegidos por um ambiente jurídico e regulatório grande e complexo, não se deve considerar que o setor está isolado das forças fundamentais da tecnologia e da sociedade que estão causando interrupções em muitos outras partes de nossas vidas, e o mercado é grande demais para não ser percebido. O setor de seguros no Brasil é responsável por 6,5% do PIB nacional, e opera ativos que compõem 25% da dívida pública brasileira.

 

Mas para entrar no mercado, qual a minha abordagem?

 

Você precisa decidir sobre competir ou cooperar com agentes tradicionais. Posso cooperar aprimorando as ofertas atuais, alavancando a tecnologia para fornecer eficiência de processo, levando a reduções de despesas para a empresa, ampliando suas capacidades, habilitando novos produtos e serviços, possivelmente por meio de oferta de APIs customizadas.

 

Ou posso competir por identificar uma necessidade de mercado não atendida, que os players tradicionais hoje não podem resolver por várias razões. Em relação a essa abordagem, o conhecimento do mercado e uma base de dados relevante são necessários. O processo de aquisição de startups com ofertas estabelecidas no mercado tem-se acelerado no Brasil. Só no primeiro quadrimestre desse ano cresceu 120% em relação ao mesmo período no ano passado.

 

E o que eu posso oferecer ao mercado? Para entrar no mercado, tenho que resolver 3 barreiras com as tecnologias disponíveis:

 

Necessidade de confiança no ecossistema de transferência de risco (seguro): ​blockchain e tecnologia P2P, incluindo as mídias sociais;

 

Confiança em dados históricos e análise retrospectiva para definir prêmios, manter reservas para perdas e definir limites de capital: telemática; internet das coisas (IoT) incluindo tecnologias de casas inteligentes; processamento de linguagem natual (NLP); inteligência artificial, incluindo machine learning (ML), processamento de imagens aéreas armazenamento em nuvem;​

 

Falta de envolvimento do consumidor: marketing digital​, chatbots; robotic process automation (RPA), experiência de usuário (UX) e interface de usuário (UI).

 

Mãos à obra!

domingo, 16 de maio de 2021

 


Fadiga de Zoom

Muito tem-se falado sobre a exposição excessiva das pessoas aos eventos on-line, denominado de “Fadiga de Zoom” ou no linguajar do Google “Meeting Fadigue”. Em geral, seja pela necessidade do trabalho ou pelas aulas intermináveis às quais os estudantes têm sido submetidos, esse fenômeno criou mais uma fonte de estresse nesses tempos de pandemia. O certo é que há estudos importantes relacionados ao assunto, como o que foi empreendido pela universidade de Stanford nos Estados Unidos e publicado no final de março de 2021.

Há conclusões interessantes desse estudo. A auto exposição à própria imagem parece incomodar bastante. De forma geral, todas as ferramentas expõem a nossa imagem no mesmo nível que os demais participantes do encontro virtual. Como os demais estão me percebendo tão de perto? Há até aqueles sinais de expressão que podem ser analisados e que expõem a nossa natureza, as vezes diferente do que gostaríamos de expor. Com o dia a dia a gente fica mais desleixado, no fim das contas nem mais o cabelo penteamos. Isso incomoda muito segundo o estudo.

Outra questão tratada pelo estudo de Stanford diz respeito à monotonia da interface, sempre a mesma, as vezes com os mesmos personagens, todos os dias. É como se diariamente estivéssemos confinados em uma sala, a mesma sala todos os dias, com os mesmos personagens, e durante quase toda a jornada de trabalho. Cansa só de pensar, não é?

Você acha que esse assunto somente diz respeito aos nossos pares dos países considerados desenvolvidos? Um novo estudo, liderado pela pesquisadora brasileira Anna Carolina Queiroz, dessa vez voltado para o Brasil, submeteu um questionário a 633 brasileiros de uma universidade paulista e funcionários de uma empresa da área financeira. No final constatou-se que 18,32% dos participantes atingiram o nível máximo de fadiga. O estudo mostrou que o fenômeno atinge as mulheres de forma massiva.

Nos Estados Unidos, algumas empresas, como a Microsoft, Google e Zoom já empreenderam modificações em suas ferramentas para tentar diminuir o problema. O Google Meet, por exemplo, reduziu o tamanho visível da autoimagem. Tornou dinâmico também o ambiente virtual do encontro, seja alterando o layout da interface ou criando temas visuais mais adequados para cada tipo de reunião.

Eis aqui uma boa oportunidade para as startups.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018




Análise de Viabilidade Econômica do uso de Nuvens

Estratégia e valor

Os serviços em nuvem são merecedores de consideração somente se criarem valor para seus usuários. Muitos acreditam que o valor da nuvem pode ser simplesmente caracterizado por custos reduzidos ou maior agilidade. O termo “agilidade” é frequentemente usado em discussões sobre nuvem, mas o que realmente é e como realmente quantificá-lo nunca parece ser bem definido.
Outro fator de valor, a experiência do usuário, é o aspecto de valor esquecido nos trabalhos sobre nuvem: livros inteiros foram escritos sobre negócios na nuvem que não mencionam a experiência do cliente uma única vez.
Estimar valor é complexo. Os valores da nuvem, como redução de custos e aprimoramento da agilidade, podem ser mais ou menos relevantes dependendo da estratégia de negócio. A estratégia não é decidida no vácuo, mas é uma função das capacidades e competências relativas à concorrência e do ambiente geral, explicado por fatores macroeconômicos, crescimento regional, restrições regulatórias e legais, entre outras.

Disponibilidade

A disponibilidade de serviços de TI afeta diretamente os resultados de negócio. Os clientes não podem comprar e os usuários não podem trabalhar, a menos que os serviços e os aplicativos de que precisam, bem como a infraestrutura que os suporta estejam disponíveis.
Muitas vezes, a disponibilidade também está atrelada ao custo, porque o tempo de inatividade pode resultar em processos subtilizados, soluções manuais e penalidades de contrato de nível de serviço. A nuvem aumenta a disponibilidade de recursos e, consequentemente, dos processos de negócios. Atualmente, a maioria dos serviços baseados em nuvem é hospedada em vários sites. Se um site ficar inativo, os usuários e clientes poderão ser encaminhados e atendidos por outro site.

Existem duas dimensões principais para disponibilidade: dados (continuidade) e serviços.

A nuvem pode criar valor aprimorando a disponibilidade de dados de duas maneiras: 

(1) Os dados locais podem ser armazenados em backup na nuvem, garantindo assim que uma ou mais cópias existam mesmo se houver uma perda da cópia primária devido a um desastre, termo que designa a descontinuidade total de uma instalação de TI;
(2) Os dados na nuvem podem ser replicados em vários locais, garantindo que a nuvem também tenha backup, ou seja, a nuvem.

Já com relação à disponibilidade de serviço, entendida como a disponibilidade dos processos de negócios que fornecem serviços, incluindo os recursos que permitem esses processos de negócios, também pode ser aprimorada pela nuvem. Neste caso, fatores como arquitetura de TI do serviço, quantidade de recursos alocados, e possibilidade de rápida movimentação desses recursos para outros locais interferem de sobremodo na disponibilidade.
Cabe considerar que a existência de recursos de monitoramento e o nível de automação do processo de resolução de incidentes é um fator chave a ser analisado. Grandes instalações de TI oferecidas pelos provedores possuem recursos relevantes relacionados a esses últimos fatores. Observa-se que cláusulas contratuais são importantes no sentido de se estabelecer e nivelar expectativas, mas garantem pouco mais do que isso do ponto de vista da disponibilidade de serviços.
Uma avaliação histórica dos provedores quanto a esse aspecto será muito relevante. A possibilidade de escolha alternativa do provedor, a qualquer tempo, processo designado como de arbitragem, que leve em conta o histórico de disponibilidade é condição fundamental.

Capacidade (quantidade de recursos disponíveis)

A disponibilidade devido ao tempo de inatividade é um problema, mas a disponibilidade também pode ser afetada pela falta de capacidade.
Se um site não está respondendo, ele tem um problema de software? O datacenter está offline? Uma conexão de rede foi perdida? O site foi atingido por um ataque de negação de serviço? Ou é apenas que a capacidade é insuficiente?
Para os clientes e usuários, a razão não importa realmente - eles vão levar seus negócios para outro lugar ou repensar sua decisão de compra. A nuvem cria valor nesse caso por meio da manutenção da receita marginal associada ao serviço e da redução dos impactos negativos de imagem associados à capacidade insuficiente.

Agilidade

Há dois tipos de agilidade relacionados à TI: velocidade de provisionamento de recursos e agilidade nos processos de negócio.
Agilidade de negócios implica, de forma mais ampla, na capacidade de ajustar-se rapidamente à mudança das preferências do cliente, responder às ações dos concorrentes e aproveitar novas oportunidades de mercado. Na medida em que produtos, serviços, processos, cadeias de suprimentos e inovação são todos ligados à tecnologia da informação, a nuvem em todas as suas modalidades de entrega, infraestrutura, plataforma e software, pode gerar valor através de maior agilidade, aumentando a receita, reduzindo custos e riscos. Vejamos mais sobre os custos.

Custo unitário

Se tanto a TI interna quanto o provedor de serviços externo tiverem competências semelhantes, o custo unitário pode ser um importante diferenciador.

As vantagens do custo unitário podem ser devidas a uma variedade de causas, como economias de escala ou acesso preferencial a recursos.

Custo de entrega

O custo unitário e as economias de escala são conceitos que remontam aos primórdios da fabricação. Eles geralmente são úteis, mas um pouco enganosos quando aplicados a empresas de serviços, por razões que valem a pena considerar por um momento. Nas operações de fabricação, o conceito de custo unitário é baseado na noção de uma fábrica que está produzindo na sua capacidade máxima e é completamente dissociada da demanda sobre o produto fabricado.
Geralmente, à medida que as instalações de produção se expandem em tamanho, vários custos podem proporcionalmente aumentar (deseconomias), permanecer os mesmos ou diminuir, isto é, exibir economias de escala.

Uma questão importante, no entanto, é que a natureza da demanda não entra em cena: o custo unitário é baseado no custo total dividido pelo volume de produção na capacidade total. Se não forem vendidos, os bens produzidos são transportados para estoque, levando a custos de manutenção de estoque, que podem incluir espaço físico, armazenamento automático e sistemas de recuperação, custos de mão de obra para movimentar estoque, custos de obsolescência e custos de seguro ou ajustados ao risco de dano ou destruição.

Em um negócio de manufatura, o preço pago pelo cliente uma unidade de produção é uma função do custo unitário de produção, mais os custos de manutenção de estoques, mais componentes adicionais da estrutura de custos, como vendas, gerais e administrativas, margem, operações de financiamento e assim por diante.

Na manufatura, a produção pode ser constante, e a variação da demanda pode ser protegida com estoques durante todo o processo: estoque de matéria-prima, estoque em processo, estoque de produtos acabados, estoque no canal de distribuição. Os custos de manutenção desses estoques podem ser suportados pelo fabricante ou pelo distribuidor, mas, em última análise, são pagos pelo cliente.

Em outras palavras, o custo de entrega é parcialmente baseado nos custos de produção, que são afetados por economias de escala, e parcialmente baseados nos custos de estoque, que são afetados pelo perfil de demanda em relação à produção.

No negócio de serviços, o custo de entrega é parcialmente baseado nos custos operacionais, que são afetados por economias de escala e, em parte, em custos de capacidade não perecíveis e não utilizados, que são afetados pelo perfil de demanda em relação à capacidade operacional.

Os negócios de serviços, como a nuvem, não se importam apenas com o custo unitário. Eles devem considerar de alguma forma o impacto da variação da demanda, o fato de que a demanda pode não corresponder perfeitamente à produção. Infelizmente, a capacidade perecível não pode ser armazenada em buffer. A capacidade de realização de um serviço é perecível. Recursos são utilizados com a uma medida de tempo associada. Servidores por hora, Gigabytes por dia, e assim por diante.

Uma empresa precisa avaliar o problema comparando sua própria capacidade com a de um provedor de serviços em nuvem. Ao determinar um preço para uma unidade de capacidade, não é apenas o custo unitário que importa. Claro que o custo unitário associado a cada recurso ou serviço precisa ser considerado.

O que pode ser menos óbvio é o fato de que o preço de uma unidade de capacidade vendida deve cobrir não apenas o custo de uma unidade de capacidade vendida, mas também os custos de qualquer capacidade não vendida.

A conta é relativamente simples: considere uma unidade de armazenamento com 3 PB e valor de aquisição de aproximadamente $ 20.000.00,00. Considere ainda a vida útil do equipamento de 5 anos, e que decorrido esse prazo, o recurso deverá ser reposto. Considere ainda que 2 PB já estejam alocados, restando 1 PB ocioso em um período médio de 2 anos. O custo unitário de 1PB por ano será de $ 800.000,00. O custo de entrega, por sua vez, será o custo unitário mais o custo total da ociosidade dos recursos, ou seja, $ 800.000,00 mais $ 640.000,00 (2PB ociosos por 2 anos). Ou seja, o custo de entrega nessa situação sai de $ 800.000 /PB ano para $ 1.440.000 /PB ano.

Por esse cálculo pode-se inferir a imensa vantagem de transferir recursos para nuvem de provedores qualificados. Mas será isso mesmo?

Custo Total da Solução

O custo de entrega de um determinado conjunto de recursos sob um determinado esquema de preços é insuficiente para que um cliente selecione claramente entre as alternativas, determinando seu valor relativo.

Há também custos de treinamento, custos de transação, custos de migração, custos de auditoria e assim por diante. Além disso, há gastos de capital e despesas operacionais recorrentes que podem ser relevantes.

A título de exemplo, embora o custo unitário de um determinado servidor físico virtual para um nível de desempenho possa ser idêntico entre a TI interna ou um provedor de serviços em nuvem, conforme argumentamos anteriormente, o preço de entrega de um provedor de serviços pode diferir do custo unitário com base em diferenças de utilização ou em elementos adicionais de custo estrutural.

Em outro exemplo, a infraestrutura de rede ou os custos de transporte de dados podem aumentar o custo da solução em nuvem. No entanto, se os dados já estiverem na nuvem ou em uma arquitetura de hospedagem híbrida envolvendo colocation, hosting e serviços em nuvem, ela poderá ser substancialmente menor do que a solução dedicada e de propriedade da empresa.

Essa discussão pressupõe implicitamente que esses custos são conhecidos e, portanto, o valor pode ser determinado. Existem dois problemas: o primeiro refere-se à inexistência de uma análise abrangente de cada elemento de custo de operações de TI. Tentar determinar como apropriar os custos indiretos de maneira adequada pode ser um desafio.

O segundo problema é que determinar o custo dos serviços em nuvem ao longo de um horizonte de planejamento para uma análise financeira, digamos, de três a cinco anos, pressupõe que a quantidade de serviços adquiridos e seu preço podem ser previstos com precisão. Quanto à quantidade, isso depende do perfil de uso dos serviços. De todo modo, o uso de curvas de crescimento bem comportadas baseadas em dados históricos parece não ser o melhor caminho.

Quanto ao preço, é difícil prever qual será o preço da oferta na nuvem de um provedor de serviços amanhã, muito menos daqui a três ou cinco anos. O histórico de frequentes reduções de preços entre os principais fornecedores ressalta essa variabilidade.

E, para tornar as coisas ainda piores, a precificação dinâmica chegou aos serviços em nuvem. Isso significa que alguns recursos têm preços como assentos nas companhias aéreas, mudando várias vezes por dia.

O resultado líquido é que a determinação do valor requer uma abordagem estocástica: uma avaliação ponderada pela probabilidade ou ajustada pelo risco.

Custo de oportunidade e custo evitado.

Criando ainda mais complexidade, os benefícios associados a um curso de ação devem ser considerados não apenas em si, mas em relação aos benefícios (e custos) associados a outras alternativas.

O custo de oportunidade é o custo da perda de um benefício que poderia ter sido realizado a partir de um curso de ação diferente.

Hoje vivemos em um mundo de escolha infinita, mas com orçamentos finitos. O dinheiro gasto para implementar o aplicativo A significa que o aplicativo B terá que ser colocado em segundo plano, atrasando ou eliminando quaisquer benefícios que ele possa gerar.
O dinheiro economizado pela limitação de investimento em infraestrutura pode ser excedido pelo custo de oportunidade devido à demanda não atendida, geradora de receita, ou pela redução da produtividade do trabalho. Mas isso é outro assunto.