Arquitetura Empresarial: uma abordagem conceitual
Origem: Oscar Sarquis. Arquitetura
Empresarial: uma abordagem conceitual. Resenha Startup 2018.
Arquitetura em sentido geral é a sinergia entre arte e
ciência aplicada ao desenho de estruturas complexas. A noção de arquitetura é
utilizada em uma grande variedade de domínios, tais como planejamento de cidades
e construção de prédios, hardware de
computador e sistemas de informação, em que tipos de estruturas e sistemas são projetados.
Observa-se porém que há aspectos comuns em todas essas abordagens.
Arquitetura ocupa-se com o entendimento e a definição do
relacionamento entre os usuários e o sistema que está sendo projetado. Baseado
nesse relacionamento, o arquiteto define e refina a essência do sistema, sua
estrutura e comportamento. Os artefatos gerados, sejam prédios ou sistemas de
informação, precisam se adequar aos critérios definidos no projeto original. A
definição da arquitetura é a entrada para a verificação dessa conformidade.
O processo arquitetural de projetar uma casa é uma
disciplina bem estabelecida e madura, que se utiliza de padrões internacionalmente
aceitos e praticados.
Construir ou
reconstruir uma organização é uma tarefa muito mais complexa e desafiadora.
Primeiro de tudo porque os passos necessários para sua
construção não são padronizados. Alguém pode começar pelos processos, seguido
do desenho das aplicações que irão suportá-lo. Outro ainda poderia iniciar com
a elaboração de um conjunto genérico de serviços, seguindo pela definição do
conjunto de processos que irão funcionar sobre eles.
Em segundo lugar, uma organização é uma estrutura
multifacetada. Há muitas dependências entre os vários domínios que a compõem,
como a estratégia, produtos e serviços, processos de negócio, estrutura
organizacional, aplicações, gerenciamento de informações, e infraestrutura tecnológica.
Tomados juntos esses elementos, bem como seu inter-relacionamento teremos a arquitetura empresarial de uma
organização.
Arquitetura Empresarial é a prática que tenta descrever
e controlar a estrutura e processos
organizacionais, aplicações, sistemas e tecnologia de uma forma integrada. Mais
especificamente, fornece métodos e técnicas para a criação e uso dessas
informações como modelos arquiteturais,
visualização desses modelos por todos os stakeholders,
e a análise do impacto das mudanças
organizacionais.
Muitos stakeholders
internos e externos à empresa podem ser identificados, variando desde administradores
de alto nível até engenheiros de software. Cada um deles requer que informações
específicas sejam apresentadas de maneira acessível para que sejam tratadas,
cada um à sua forma. Prever os efeitos de modificações nos negócios e na
tecnologia organizacional, por melhor que sejam as informações
disponibilizadas, é complexo; torna-se muito difícil obter uma visão geral dessas mudanças e os
impactos delas umas sobre as outras.
Uma descrição e especificação não ambígua de componentes e,
especialmente, seus relacionamentos em uma arquitetura, requer uma linguagem de modelagem arquitetural
coerente. Essa linguagem deve possibilitar a modelagem integrada de domínios
arquiteturais e deve ser útil para o pessoal de TI e para aqueles com interesse
mais direto nas funções do negócio. No final das contas, a referida linguagem
fornece aos arquitetos instrumento concreto para melhorar a prática
arquitetural, além de fornecer técnicas e heurísticas para comunicação com
todos os stakeholders relevantes
sobre essas arquiteturas.
Central para a comunicação de arquiteturas é a noção de
pontos de vista (viewpoints). Viewpoints definem abstrações no
conjunto de modelos que representam a arquitetura empresarial, sendo que cada
abstração vislumbra um tipo particular de stakeholder,
endereçando um conjunto particular de questões.
Um modelo arquitetural não é útil somente para fornecer
idéias sobre a situação empresarial atual e a futura. Pode ser utilizado também
para avaliar a transição de um estado para o outro. Nesse aspecto precisa
instrumentalizar o arquiteto para que possa avaliar os impactos qualitativos
das mudanças e seus correspondentes quantitativos a exemplo de questões de
desempenho e custos.
Para que a abordagem arquitetural seja viável na prática,
os arquitetos necessitam de uma ferramenta que suporte a definição, geração,
edição, visualização, análise e gerenciamento das visões e modelos
arquiteturais. Mais ainda, que tal ferramenta possa trabalhar de acordo com ferramentas
específicas de domínio existentes.
Achei O texto muito interessante e pratico , o mesmo apresenta uma visão bem inovadora apesar de ser uma abordagem conceitual.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir