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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018


Arquitetura Empresarial: uma abordagem conceitual


Origem: Oscar Sarquis. Arquitetura Empresarial: uma abordagem conceitual. Resenha Startup 2018.

Arquitetura em sentido geral é a sinergia entre arte e ciência aplicada ao desenho de estruturas complexas. A noção de arquitetura é utilizada em uma grande variedade de domínios, tais como planejamento de cidades e construção de prédios, hardware de computador e sistemas de informação, em que tipos de estruturas e sistemas são projetados. Observa-se porém que há aspectos comuns em todas essas abordagens.

Arquitetura ocupa-se com o entendimento e a definição do relacionamento entre os usuários e o sistema que está sendo projetado. Baseado nesse relacionamento, o arquiteto define e refina a essência do sistema, sua estrutura e comportamento. Os artefatos gerados, sejam prédios ou sistemas de informação, precisam se adequar aos critérios definidos no projeto original. A definição da arquitetura é a entrada para a verificação dessa conformidade.

O processo arquitetural de projetar uma casa é uma disciplina bem estabelecida e madura, que se utiliza de padrões internacionalmente aceitos e praticados.

Construir ou reconstruir uma organização é uma tarefa muito mais complexa e desafiadora. 

Primeiro de tudo porque os passos necessários para sua construção não são padronizados. Alguém pode começar pelos processos, seguido do desenho das aplicações que irão suportá-lo. Outro ainda poderia iniciar com a elaboração de um conjunto genérico de serviços, seguindo pela definição do conjunto de processos que irão funcionar sobre eles.

Em segundo lugar, uma organização é uma estrutura multifacetada. Há muitas dependências entre os vários domínios que a compõem, como a estratégia, produtos e serviços, processos de negócio, estrutura organizacional, aplicações, gerenciamento de informações, e infraestrutura tecnológica. Tomados juntos esses elementos, bem como seu inter-relacionamento teremos a arquitetura empresarial de uma organização.

Arquitetura Empresarial é a prática que tenta descrever e  controlar a estrutura e processos organizacionais, aplicações, sistemas e tecnologia de uma forma integrada. Mais especificamente, fornece métodos e técnicas para a criação e uso dessas informações como modelos arquiteturais, visualização desses modelos por todos os stakeholders, e a análise do impacto das mudanças organizacionais.

Muitos stakeholders internos e externos à empresa podem ser identificados, variando desde administradores de alto nível até engenheiros de software. Cada um deles requer que informações específicas sejam apresentadas de maneira acessível para que sejam tratadas, cada um à sua forma. Prever os efeitos de modificações nos negócios e na tecnologia organizacional, por melhor que sejam as informações disponibilizadas, é complexo; torna-se muito difícil obter uma visão geral dessas mudanças e os impactos delas umas sobre as outras.

Uma descrição e especificação não ambígua de componentes e, especialmente, seus relacionamentos em uma arquitetura, requer uma linguagem de modelagem arquitetural coerente. Essa linguagem deve possibilitar a modelagem integrada de domínios arquiteturais e deve ser útil para o pessoal de TI e para aqueles com interesse mais direto nas funções do negócio. No final das contas, a referida linguagem fornece aos arquitetos instrumento concreto para melhorar a prática arquitetural, além de fornecer técnicas e heurísticas para comunicação com todos os stakeholders relevantes sobre essas arquiteturas.

Central para a comunicação de arquiteturas é a noção de pontos de vista (viewpoints). Viewpoints definem abstrações no conjunto de modelos que representam a arquitetura empresarial, sendo que cada abstração vislumbra um tipo particular de stakeholder, endereçando um conjunto particular de questões.

Um modelo arquitetural não é útil somente para fornecer idéias sobre a situação empresarial atual e a futura. Pode ser utilizado também para avaliar a transição de um estado para o outro. Nesse aspecto precisa instrumentalizar o arquiteto para que possa avaliar os impactos qualitativos das mudanças e seus correspondentes quantitativos a exemplo de questões de desempenho e custos.

Para que a abordagem arquitetural seja viável na prática, os arquitetos necessitam de uma ferramenta que suporte a definição, geração, edição, visualização, análise e gerenciamento das visões e modelos arquiteturais. Mais ainda, que tal ferramenta possa trabalhar de acordo com ferramentas específicas de domínio existentes. 


2 comentários:

  1. Achei O texto muito interessante e pratico , o mesmo apresenta uma visão bem inovadora apesar de ser uma abordagem conceitual.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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