Origem: Oscar Sarquis. Blockchain na Prática (1). Resenha Startup 2017.
Essa
série de artigos ajudará empreendedores e gerentes de tecnologia a entenderem o
uso de tecnologias blockchain, projetarem
os impactos sobre custos de transação, integração e modelos de negócio, bem
como avaliarem o estado de prontidão tecnológica atual. De forma geral,
tecnologias blockchain oferecem uma arquitetura confiável que permite entidades
sem fé pública (não confiáveis), humanas ou não humanas, suportarem transações
comerciais e trocas de valor com uma diversidade muito grande de ativos,
registrando essas transações de maneira imutável. Essas transações são
agrupadas em blocos vinculados entre si, daí a terminologia.
Ocorre
que os benefícios antecipados do uso dessa tecnologia vieram também com um
grande paradoxo, no sentido de que no mesmo movimento em que gera eficiência
operacional e otimização de custos transacionais, contribui para a morte de
empresas e setores atualmente bem estabelecidos. Por exemplo, enquanto firmas
de serviços financeiros e outras mais que se beneficiam de seu papel de
intermediação centralizada percebem possibilidades de melhorias em processos chaves,
se defrontam com a ameaça cada vez mais importante de desintermediação total, caracterizada pelas redes de transações entre
usuários finais (P2P).
O
certo é que o entendimento sobre os impactos da tecnologia em cada negócio
específico precisa ser tratado estrategicamente. Não se trata de mudança tática
sobre o uso de determinado serviço ou produto tecnológico melhorado. Assim,
gestores estratégicos e líderes de tecnologia precisam direcionar
experimentações, provas de conceito, sobre seus casos concretos. Na medida em
que os resultados dessas iniciativas forem melhor disseminados e discutidos, a
tecnologia amadurecerá e adaptações e mudanças drásticas nos modelos de negócio
poderão ocorrer sem maiores sustos.
Um
exemplo claro desse direcionamento é o consórcio Itaú-Unibanco e Bradesco.
Nesse ano foram apresentados no CIAB, feira anual de tecnologia da bancária da
FEBRABAN, os resultados de experimentações iniciais conduzidas pelo referido
consórcio, a exemplo do cadastro compartilhado de clientes. O modelo de
consórcio é importante pois se trata de uma tecnologia de compartilhamento. Os
bancos públicos brasileiros, a exemplo do Banco do Brasil e Caixa também têm
feito algumas experimentações. Não vi nada parecido com os cartórios.
A
lista de aplicações é grande: contratos inteligentes firmados sem intermediação
humana, facilidade de relacionamento confiável entre pessoas e coisas, negócios
e coisas, e até mesmo coisas e coisas, novos modelos de intermediação comercial
que surgem pelas facilidades de identificação e autenticação das transações,
por exemplo. O certo é que a tecnologia blockchain
endereça oportunidades em todas as indústrias e no governo. Estamos somente na
sua primeira geração, relacionada a transações com troca de valores em moedas
criptográficas, como os bitcoins.
Em seguida o Resenha Startup abordará possibilidades.
Até lá!
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