Origem: Digital Bank: strategies to launch or
become a digital bank. Chris
Skinner. Marshall Cavendish Business. Singapure, 2014. (Tradução do Portal).
Palestramos
em junho desse ano no CIAB/FEBRABAN, o
maior encontro de tecnologia bancária da américa latina. Naquela oportunidade
os maiores bancos do pais discutiram sobre a transformação digital no setor
bancário em seus múltiplos aspectos. Retornei ao assunto recentemente numa
releitura crítica do livro do Chris Skinner, uma abordagem que ainda considero
atual, apesar da imensa ameaça que paira sobre os bancos convencionais oriunda
de tecnologias disruptivas, a exemplo dos blockchains.
Nos
bancos, os negócios digitais implicam em uma completa modificação na forma de
relacionamento e entrega de valor com os novos clientes, considerados nas
palavras de Marc Prensky como nativos
digitais. Para aqueles bancos engajados com essa visão de futuro, o livro
fornece um plano para cumprir a jornada de reconstrução de produtos e serviços,
processos e estruturas em direção a essa nova realidade, ilustrando o caminho
com estudos de casos, conhecimentos e fatos reais.
"Os nativos digitais não pensam sobre
agências, call centers, uso de internet como estruturas separadas. Pensam em
tudo isso como aspectos integrados de suas vidas. Para eles, os bancos devem
possuir somente um canal digital." Deve-se então inverter a lógica que
organiza o modelo de negócios atual, em que perduram as estruturas físicas e
canais múltiplos de distribuição de produtos e serviços, e sobre elas uma
camada digitalizada.
Nos
bancos digitais, todas as suas capacidades essenciais como fabricante de
produtos, processador de transações e varejista de serviços deverão ser
empacotadas como estruturas digitais em que produtos serão Apps, processos
serão APIs e o varejo será inteiramente contextual, entregues através de
internet móvel. Em relação a esse último aspecto, dar uma resposta
contextualizada a uma necessidade de cliente, num nível altíssimo de
customização requer a análise de hexabytes
de dados de clientes em algum nível de computação cognitiva.
Por
fim, o que restaria sobre o papel fundamental das agências bancárias,
caracterizadas pelo autor como centros de transações? Passariam a exercer a
função de centros de vendas. Nesse sentido, precisariam ser reestruturadas, condicionando
sua existência à essa nova função. Os caixas, então, passariam a ser
vendedores! Essa nova competência talvez seja a de mais difícil implementação.
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