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domingo, 24 de setembro de 2017

Origem: Skill Guide: guia de referência em competências comportamentais. Mário Alves de Moraes Neto. Próprio (Livro Virtual Amazon), 2017.

Não há como falar sobre inovação e negócios digitais sem que tratemos das pessoas e da sociedade; na realidade, em todos os livros tratados pelo blog, essa dimensão tem sido priorizada. São muitas as abordagens, evidenciando cada uma delas um aspecto comportamental humano, mas em essência objetivando compreender como esse comportamento é influenciado e influencia a estrutura e o funcionamento organizacional. Mário foge dessa linha e cataloga nesse seu trabalho, quase que de forma enciclopédica, um conjunto enorme de competências humanas.

São listadas ao todo 144 competências. Como todo trabalho de levantamento, procura evidenciar aspectos comuns a todas elas, bem como agrupá-las em função da correlação de características que possuem. Não fica muito claro o critério geral utilizado para essa categorização, mas parece a essa coluna que o autor busca, em uma linha de coaching comportamental justificá-la pelos objetivos relacionados ao desenvolvimento de cada competência, como se tudo tivesse uma finalidade racionalizável do ponto de vista pessoal ou organizacional. Assim o é, por exemplo, em relação às categorias Saúde e Bem-estar, Interpessoais, Profissionais, Carreira e Finanças, dentre outras.

Vou me ater a uma competência em especial para uma reflexão: Autoconhecimento. Nas palavras de Mário, “compreende a capacidade de reconhecer, perceber e analisar as próprias características, sentimentos, emoções, pensamentos, comportamentos, reações e atitudes”. Ainda pele autor, “uma pessoa com essa competência bem desenvolvida é capaz de reconhecer padrões de comportamento desejáveis” no sentido de desenvolver o “´potencial curativo da autoconsciência”; e que “a principal estratégia para a construção do autoconhecimento está relacionada com o estabelecimento de autorreflexões”. Propõe uma série de questionários para esse fim.

Apoiando-me no filósofo Eduardo Giannetti, sobre o autoengano, o autoconhecimento vem sendo objeto de extensos trabalhos filosóficos e científicos sem conclusão alguma sobre o assunto: ocorre ao Eduardo que o problema está no fato de que o cientista e o objeto de estudo são os mesmos, sendo impossível qualquer nível de objetividade nesse tipo de análise. O autoengano é característica humana, de certa forma até útil.


Por fim, atrevo-me a comentar que cada uma dessas competências listadas pelo Mário precisa de uma abordagem própria, mais aprofundada, mas esse não é de modo algum o objetivo do livro. Como uma visão geral sobre competências humanas o livro cumpre seu papel. 


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