Origem:
Skill Guide: guia de referência em
competências comportamentais. Mário Alves de Moraes Neto. Próprio (Livro
Virtual Amazon), 2017.
Não
há como falar sobre inovação e negócios digitais sem que tratemos das pessoas e
da sociedade; na realidade, em todos os livros tratados pelo blog, essa
dimensão tem sido priorizada. São muitas as abordagens, evidenciando cada uma
delas um aspecto comportamental humano, mas em essência objetivando compreender
como esse comportamento é influenciado e influencia a estrutura e o funcionamento
organizacional. Mário foge dessa linha e cataloga nesse seu trabalho, quase que
de forma enciclopédica, um conjunto enorme de competências humanas.
São
listadas ao todo 144 competências. Como todo trabalho de levantamento, procura evidenciar
aspectos comuns a todas elas, bem como agrupá-las em função da correlação de
características que possuem. Não fica muito claro o critério geral utilizado
para essa categorização, mas parece a essa coluna que o autor busca, em uma
linha de coaching comportamental justificá-la
pelos objetivos relacionados ao desenvolvimento de cada competência, como se
tudo tivesse uma finalidade racionalizável do ponto de vista pessoal ou
organizacional. Assim o é, por exemplo, em relação às categorias Saúde e
Bem-estar, Interpessoais, Profissionais, Carreira e Finanças, dentre outras.
Vou
me ater a uma competência em especial para uma reflexão: Autoconhecimento. Nas
palavras de Mário, “compreende a capacidade
de reconhecer, perceber e analisar as próprias características, sentimentos,
emoções, pensamentos, comportamentos, reações e atitudes”. Ainda pele
autor, “uma pessoa com essa competência
bem desenvolvida é capaz de reconhecer padrões de comportamento desejáveis”
no sentido de desenvolver o “´potencial
curativo da autoconsciência”; e que “a
principal estratégia para a construção do autoconhecimento está relacionada com
o estabelecimento de autorreflexões”. Propõe uma série de questionários
para esse fim.
Apoiando-me
no filósofo Eduardo Giannetti, sobre o autoengano, o autoconhecimento vem sendo objeto de extensos trabalhos filosóficos e
científicos sem conclusão alguma sobre o assunto: ocorre ao Eduardo que o
problema está no fato de que o cientista e o objeto de estudo são os mesmos,
sendo impossível qualquer nível de objetividade nesse tipo de análise. O
autoengano é característica humana, de certa forma até útil.
Por
fim, atrevo-me a comentar que cada uma dessas competências listadas pelo Mário
precisa de uma abordagem própria, mais aprofundada, mas esse não é de modo
algum o objetivo do livro. Como uma visão geral sobre competências humanas o
livro cumpre seu papel.
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